segunda-feira, 29 de julho de 2013

Hipopóptimos, uma história de amor

Um rapaz não conseguia dormir, porque não parava de pensar na rapariga ruiva de quem gostava. Ele sonhava ganhar a corrida de final de ano e que ela lhe entregasse o prémio. 
No dia da corrida, ele acordou com uma grande borbulha na cara. A mãe tentou tranquiliza-lo, mas ao dizer que ela podia ter aparecido por ele não comer carne nem peixe, ainda o deixou mais perturbado. 

A caminho da escola, no autocarro, sentou-se a seu lado uma mulher muito gorda, que o incomodou muito com histórias medonhas acerca de borbulhas e por lhe dizer que ele tinha uma erva no coração, o que significava que ele era uma das raras pessoas que respeitavam a natureza. Então o rapaz olhou à sua volta e reparou que havia tantas pessoas com nomes de animais, de plantas e de lugares que dava para faze um mundo só com elas. 

Na corrida, ele chegou a estar em 4º lugar, mas ficou tão cansado que pensou em desistir, mas surgiu-lhe uma força inesperada que o fez ganhar. Tudo se passou como ele sonhara até à altura em que ela lhe ia contar algo. Aí, ele sentiu-se estranho, e deu por si transformado num hipopótamo, que assustou a rapariga, e foi transportado para o zoo.

Lá, ele foi admirado por muitas pessoas e até pelos seus pais e por um rapaz que era ele próprio, que lhe falou numas asas.

Então, o hipopótamo ficou de novo com aquela força especial, ganhou asas e sobrevoou a cidade até chegar a um rio, onde estavam mais hipopótamos. E foi aí que pensou que poderia ter sido sempre um hipopótamo e o seu sonho seria ser rapaz. 

Entretanto, apaixonou-se por uma hipopótamo-fêmea, mas quando se preparava para lutar por ela, foi chamado pelo Grande Hipopótamo. Ele falou-lhe na Grande Mãe e contou-lhe também a história dos hipopótimos, que são os rapazes que têm de aprender uma lição sobre os outros animais, transformando-se num hipopótimo, ficando assim a ouvir a música e a participar da dança. Os outros humanos não dão por nada, porque os que têm a tal erva são substituídos por um hipopótamo, que se transforma numa pessoa igual. 

Depois, ganhou asas de novo e voou até ao telhado da casa da rapariga ruiva, onde estava o rapaz a escorregar numa grande aflição. Ela acordou e tentou salvá-lo, mas também escorregou. Subitamente apareceu a hipopótimo-fêmea e ele acabou por descobrir que ela era a hipopótimo daquela rapariga e que ela lhe queria dizer que sabia que era ele quem lhe escrevia as cartas.

Entretanto, o rapaz salvou a rapariga e estava quase a beijá-la. Foi então que os hipopótimos regressaram ao corpo deles. Ela disse-lhe que se iriam esquecer de tudo e recordar o que aconteceu apenas como um sonho. E, por fim, beijaram-se.

 09-05-2013

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