terça-feira, 18 de junho de 2013

“Ninguém diga: desta água não beberei”


O ornitorrinco e o koala encontraram-se à beira-rio, quando o sol mais aquecia. O ornitorrinco caminhava com um ar muito desiludido e trazia um chapéu esburacado.
- Sabes, amigo koala, fui à cidade comprar este chapéu nos saldos e só mais tarde é que descobri que fui enganado! – confessou o ornitorrinco.
- Que precipitado! – criticou o koala. – Se fosse eu, descobria logo; nunca me deixo enganar! Como é que tu não viste que o chapéu estava roto?
- Estava uma flor enfiada no buraco e eu pensei que fazia parte da sua decoração. Só quando veio aquele vento é que vi a flor a voar e, no seu lugar, um buraco. – explicou o ornitorrinco.
- Por isso é que eu só vou a sítios caros, em que tudo é de qualidade. “O barato sai caro.” Olha, vamos almoçar ao Príncipe perfeito, que estou cheio de fome.
Quando lá chegaram, o koala pediu uma tarte “a la lune” e o ornitorrinco uma “salada colorida”. Pouco tempo depois, o koala vomitou e descobriu assim que a sua tarte tinha folhas de eucalipto podres disfarçadas com corante. Pelo contrário, o ornitorrinco sentia-se perfeitamente bem.
- Sabias tanto, mas também foste enganado. Nunca digas: “Desta água não beberei.” – retorquiu o ornitorrinco.
07-03-2013

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