Numa noite fria, uma estrela
poisou num pinhal, que tinha ardido no verão, e iluminou o seu chão coberto de
cinzas.
De repente, os pinheiros
cresceram e tornaram-se verdejantes.
A estrela cintilava fazendo
um brilho que era riso. Esse riso fazia esquecer as chamas vermelhas do fogo,
os estalidos dos pinheiros a arder, os pássaros que fugiram e perderam os seus
ninhos, o sofrimento dos bombeiros e a aflição do povo.
Uma menina chegou-se junto
da estrela e sussurrou-lhe que ela podia ir para o céu. Porque todas as
crianças iam proteger a floresta e os seus seres vivos.
Por fim, a menina caminhou
pelo pinhal, a estrela sorriu e foi para o céu. Tudo ficou silencioso e as
sementes, que estavam debaixo das cinzas, alegraram-se.
Matilde Rosa Araújo, O chão e a estrela
23-03-2012
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